O aquecimento global é o aumento da temperatura terrestre (não só
numa zona específica, mas em todo o planeta) e tem preocupado a comunidade
científica cada vez mais. Acredita-se que seja devido ao uso de combustíveis
fósseis e outros processos em nível industrial, que levam à acumulação na
atmosfera de gases propícios ao Efeito Estufa, tais como o Dióxido de Carbono,
o Metano, o Óxido de Azoto e os CFCs. Há muitas décadas que se sabe da
capacidade que o Dióxido de Carbono tem para reter a radiação infravermelha do
Sol na atmosfera, estabilizando assim a temperatura terrestre por meio do
Efeito Estufa, mas, ao que parece isto em nada preocupou a humanidade que
continuou a produzir enormes quantidades deste e de outros gases de Efeito
Estufa. A grande preocupação é se os elevados índices de Dióxido de Carbono que
se têm medido desde o século passado, e tendem a aumentar, podem vir a provocar
um aumento na temperatura terrestre suficiente para trazer graves consequências
à escala global, pondo em risco a sobrevivência dos seus habitantes. Na
realidade, desde 1850 temos assistido a um aumento gradual da temperatura
global, algo que pode também ser causado pela flutuação natural desta grandeza.
Tais flutuações têm ocorrido naturalmente durante várias dezenas de milhões de
anos ou, por vezes, mais bruscamente, em décadas. Estes fenômenos naturais
bastante complexos e imprevisíveis podem ser a explicação para as alterações
climáticas que a Terra tem sofrido, mas também é possível e mais provável que
estas mudanças estejam sendo provocadas pelo aumento do Efeito Estufa, devido
basicamente à atividade humana. Para que se pudesse compreender plenamente a
causa deste aumento da temperatura média do planeta, foi necessário fazer estudos
exaustivos da variabilidade natural do clima. Mudanças, como as estações do
ano, às quais estamos perfeitamente habituados, não são motivos de preocupação.
Na realidade, as oscilações anuais da temperatura que se têm verificado neste
século estão bastante próximo das verificadas no século passado e, tendo os
séculos XVI e XVII sido frios (numa escala de tempo bem mais curta do que
engloba idades do gelo), o clima pode estar ainda a se recuperar dessa
variação. Desta forma os cientistas não podem afirmar que o aumento de
temperatura global esteja de alguma forma relacionado com um aumento do Efeito
Estufa, mas, no caso dos seus modelos para o próximo século estarem corretos,
os motivos para preocupação serão muitos. Segundo as medições da temperatura para
épocas anteriores a 1860, desde quando se tem feito o registro das temperaturas
em várias áreas de globo, as medidas puderam ser feitas a partir dos anéis de
árvores, de sedimentos em lagos e nos gelos, o aumento de 2 a 6 ºC que se prevê
para os próximos 100 anos seria maior do que qualquer aumento de temperatura
alguma vez registrado desde o aparecimento da civilização humana na Terra.
Desta forma torna-se assim quase certo que o aumento da temperatura que estamos
enfrentando é causado pelo Homem e não se trata de um fenômeno natural. No caso
de não se tomarem medidas drásticas, de forma a controlar a emissão de gases de
Efeito Estufa é quase certo que teremos que enfrentar um aumento da temperatura
global que continuará indefinidamente, e cujos efeitos serão piores do que
quaisquer efeitos provocados por flutuações naturais, o que quer dizer que
iremos provavelmente assistir às maiores catástrofes naturais (agora causadas
indiretamente pelo Homem) alguma vez registradas no planeta. A criação de
legislação mais apropriada sobre a emissão dos gases poluentes é de certa forma
complicada por também existirem fontes de Dióxido de Carbono naturais (o qual
manteve a temperatura terrestre estável desde idades pré-históricas), o que
torna também o estudo deste fenômeno ainda mais complexo. Há ainda a
impossibilidade de comparar diretamente este aquecimento global com as mudanças
de clima passadas devido à velocidade com que tudo está acontecendo. As
analogias mais próximas que se podem estabelecer são com mudanças provocadas
por alterações abruptas na circulação oceânica ou com o drástico arrefecimento
global que levou à extinção dos dinossauros. O que existe em comum entre todas
estas mudanças de clima são extinções em massa, por todo o planeta tanto no
nível da fauna como da flora. Esta analogia vem reforçar os modelos
estabelecidos, nos quais preveem que tanto os ecossistemas naturais como as
comunidades humanas mais dependentes do clima venham a ser fortemente
pressionados e postos em perigo.
Aluna: Selma Marlí Trivellato
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